domingo, 6 de setembro de 2009

Âmbar








A lágrima de ouro das árvores...

Se você perguntar a qualquer Lituânio a origem do Âmbar, com certeza vai ouvir a história do trágico amor entre a Deusa Juraté e o marinheiro Kastytis.
Conta a lenda, que quando o Deus Perkunas, descobriu que um mortal havia tocado na Deusa do Báltico, enviou furioso, raios, para destruir no fundo do mar, o palácio de Âmbar de Jurate e afundou o barco do marinheiro Kastytis.
Desde então, grandes pedaços de ambar, vem a toa nos mares do báltico, e há quem garanta, que os pequenos pedaços, são na verdade, lágrimas de Jurate, por seu amor destruído.

E essa é apenas uma das mais de mil lendas que fala sobre o âmbar.
O âmbar, é na verdade uma resina fossilizada de florestas pré-históricas.
Essa resina, nada tem haver com a seiva da arvore, a seiva é o fluido que circula dentro da planta no sistema vascular, enquanto a resina é uma substancia orgânica semi-sólida, amorfa, secretada pela casca da árvore.

Não existe uma única árvore responsável pela resina que fossiliza em âmbar, mas com certeza, são pinheiros, como as araucárias e os ciprestes, que com os movimentos geológicos da terra, em milhões e milhões de anos, acabaram ficando enterrados ou submersos.
Nas florestas submersas pelo mar, a resina presa ao pé da árvore, vai se soltando com os movimentos das ondas, e como a densidade do âmbar é menor que da água do mar, ele acaba boiando.
É por isso, que muitos pescadores acreditavam que o âmbar fosse “esperma” de baleia.

O âmbar exerce um grande fascínio pelas suas inclusões. Mosquitos, moscas, formigas e até aranhas e escorpiões, que ficaram presos quando a resina escorria pela árvore. Mas lembre-se, um âmbar tem milhões de anos, desconfie se o mosquito for um Aedes Aegypti, que morreu na semana passada. E não se engane o JURACIK PARK, é apenas um delírio do Spilberg, até hoje ninguém encontrou sangue de dinossauro em um mosquito fossilizado dentro de um âmbar!

O âmbar é conhecido desde o período pré-historico e artefatos da idade da pedra são comuns nos museus. Contas de âmbar de 4.000 anos, foram encontradas em escavações próximas a Stonehenge, na Inglaterra. Foram encontrados artefatos de âmbar na tumba do farao na pirâmide de Tethys, no Egito e nas escavações de Troy na Mesopotâmia.
No Impero Romano, o âmbar era chamado de “ouro do norte”, e uma pequena estatueta de âmbar podia custar o mesmo que um escravo saudável.

Tipos de Âmbares

Um dos métodos para classificar o âmbar, é pela cor e grau de transparência. Esse critério está relacionado a uma classificação visual de variedades de âmbares.
Pode se encontrar âmbares nas cores amarela, laranja, vermelho, branco, marrom, verde, azul e preto.
O grau de transparência vai do transparente ao opaco.
No transparente a cor varia do amarelo ao castanho, nos opacos e semitransparentes, é que encontramos os âmbares brancos, verdes, azuis e pretos.Outra forma de classificar o âmbar reflete não só a cor e o grau de transparência, como também a composição química, inclusões, a idade do âmbar e o lugar onde foi descoberto.
Na Polônia, existem mais de 200 nomes folclóricos para o âmbar e 80 variedades de nomes.

Formas de uso

Em 1920, grande parte da produção de âmbar era usado para artigos para fumantes como; piteiras e cigarreiras.
Na verdade, pode se dividir os produtos de âmbar em 4 categorias: jóias, artigos para fumantes, objetos de arte e objetos para devoção.

Âmbar e outras resinas fossilizadas têm também um lado prático quando usado como verniz e laquê, ou queimados como incenso.
A Resina jovem, copal, é usada na indústria de cosméticos na fabricação de cremes e óleos.

Na Roma Antiga o âmbar teve grande uso na medicina, seu pó, misturado ao mel era prescrito para combater infecções na garganta, olhos e ouvidos, outra civilizações acreditava que o âmbar no mel podia curar doenças como asma, gota e a peste negra..

Nos países do leste europeu, acredita-se que a fumaça do âmbar fortalece o espírito e aumenta a coragem. Na China, o “xarope de âmbar”, mistura de âmbar com ópio, era usado como tranqüilizante.
Pingentes de âmbares eram usados para preservar a castidade, e usado em forma de rosário ou talismã, afastava o demônio e as forças do mal.
A fumaça do âmbar, além de proteger contras forças ocultas, era usada também para espantar mosquito
Até hoje, muitas mulheres lituânias acreditam estar protegidas do bócio usando colares de âmbar.

Imitações: como diferenciá-los

O plástico é a mais comum imitação de âmbar, mas não se deixe enganar, a lista de imitações é grande.
O copal é talvez a que passe mais despercebido, afinal o copal é o que chamamos de “âmbar jovem”. Inclusões naturais são comuns, mas normalmente elas são falsas. Os insetos inseridos são normalmente maiores e “perfeitos”. É aquela história do mosquito que morreu na semana passada....
O vidro é fácil de destingir, são bem mais pesados que o âmbar, mais sólido, você não consegue arranhar com metal e não pega fogo.
A resina fenol é freqüentemente usada em imitações de âmbar, sua cor e peso são muito similares a do âmbar, mas ao ser queimado o cheiro é completamente diferente.
Celulóide ou nitrato de celulose, é normalmente usada para imitar o âmbar opaco amarelo e branco, visualmente é quase impossível distinguir um do outro, mas o celulóide é mais duro e não tão combustíveis como âmbares alem de que, o cheiro da fumaça é totalmente diferente.

Algumas dicas são preciosas na hora de comprar o seu âmbar, pequenos testes que podem ajudar a comprovar a veracidade da sua gema.

1- Teste do cheiro: O cheiro do âmbar é inconfundível, sua fumaça tem um cheiro agradável de pinho, mas é lógico que você não vai colocar fogo na sua jóia, aqueça apenas a ponta de uma agulha e encoste-se ao âmbar você logo sentira o aroma.
2- Água salgada: como a densidade do âmbar é mais baixa que a da água salgada, basta colocar de 7-8 1- colheres de sal em um copo de água e colocar seu âmbar no copo e esperar boiar. Vale lembrar, que se o seu âmbar estiver em uma jóia com metal, com certeza esse teste não vai funcionar.

3- Acetona: Pingue uma gota de acetona no seu âmbar e esfregue o dedo com força, nada pode acontecer. Se sair alguma coisa desconfie.

Cuidados especiais

O âmbar pode durar milhões de anos, mas alguns cuidados para manter a sua beleza e brilho podem ser tomados.
Nunca coloque uma jóia de âmbar antes de colocar spray de cabelo ou perfume, ou em contato com soluções forte como sabão, detergente, todos esses componentes acabam depositando uma camada permanente que vai deixando o âmbar sem brilho.
Mantenha suas jóias sempre longe da cozinha, oscilações de temperaturas podem ser fatais.
Mantenha as esculturas e objetos longe da janela, nunca o deixe exposto ao sol.
Sujeira e suor, pode ser removido com água limpa e morna (nunca quente), para secar use uma flanela bem macia e uma micro gota de azeite de oliva extra virgem para dar polimento.

4 comentários:

  1. Oi Mariana! Fui em uma palestra sua na Santa Marcelina há algum tempo e desde então fiquei querendo saber mais.. Você tem dado curso/palestra ou indica algum legal?
    beijo

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  2. OLA Mariana tdo bem ?
    Eu gostaria de ter esta pedra como meu amuleto entao me interço mto voce saberia me imformar onde eu poderia adquiri la?

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  3. Adorei a matéria estava pesquisando o âmbar,pois já havia assistido um documentário a respeito.Encontrei algumas pedras e como identifiquei de imediato como uma resina achei o perfume ótimo mais procurei saber da resina enquanto pedra devido ao grau de dureza.Estou com um bocado delas e não sei como e nem onde comercializar.Se souber contate-me.
    Att.
    Solange Espíndola
    Skype:MineriosdoBrasil-Sol
    Email:sol.espindola@hotmail.com

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  4. Olá Mariana! Vi que postou há bastante tempo esse texto, mas ele é muito bom! Estou pesquisando sobre âmbar e gostaria de comprar alguma jóia com essa pedra. Você sabe um local confiável e com preços acessíveis onde eu possa encontrá- lo?
    Obrigado!
    Marcelo
    mnserra@gmail.com

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